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segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Declínio da Escravidão. No final do séc. XVIII, a escravidão negra começou a declinar em várias partes das Américas. Nos EUA, a Guerra da Independência Americana contribuiu para uma gradual libertação dos escravos do norte do país. Em 1808, os EUA e a Grã-Bretanha proibiram o tráfico de escravos africanos. No início do séc. XIX, a maioria das colônias espanholas da América Latina obteve sua independência. Esses países aboliram imediatamente a escravidão ou adotaram leis para uma emancipação gradual. Entre 1834 e 1840, a escravidão foi abolida nas colônias britânicas. Em 1845, o Parlamento britânico aprovou uma lei (Bil Aberdeen) concedendo à Marinha de Guerra inglesa poderes para aprisionar ou afundar qualquer navio negreiro no oceano Atlântico. Em 1848, a França libertou os escravos nas colônias que ainda possuía nas Américas. A escravidão, contudo, continuou a expandir-se no sul dos EUA, no Brasil e em Cuba. Nos EUA, os exércitos do norte libertaram a maioria dos escravos do país durante a Guerra de Secessão e, em 1865, a abolição foi concluída. A Espanha acabou com a escravidão em Cuba em 1886. O Brasil a aboliu apenas em 1888.
Ao falarmos em escravidão, é difícil não pensar nos portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América.
Sobre este tema, é difícil não nos lembrarmos dos capitães-de-mato que perseguiam os negros que haviam fugido no Brasil, dos Palmares, da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, da dedicação e idéias defendidas pelos abolicionistas, e de muitos outros fatos ligados a este assunto. 
Apesar de todas estas citações, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela vem desde os primórdios de nossa história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Podemos citar como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde os começos da História.  
Muitas civilizações usaram e dependeram do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Grécia e Roma foi uma delas, estas detinham um grande número de escravos; contudo, muitos de seus escravos eram bem tratados e tiveram a chance de comprar sua liberdade.  

Resistência:


Tanto os índios quanto os africanos promoveram formas de resistência à escravidão, não sendo assim passivos a ela.
Os índios resistiram desde o momento em que os colonos tentam escravizá-los a força. Os africanos e seus descendentes, por sua vez promoveram várias formas de resistência à escravidão. A mais conhecida de todas foi a criação dos quilombos, uma espécie de "sociedade paralela" formada por escravos que fugiam de seus senhores, sendo o mais popular o Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas. Existiram, porém, inúmeras outras formas de se resistir à escravidão, como o suicídio,assassinatosrebeliões, Aborto e revoltas organizadas contra os senhores.
Convém ressaltar que essas revoltas são um dos fatores que contribuíram para a abolição da escravatura. Diga-se que a escravatura também era frequentemente praticada nos quilombos, por exemplo, no Quilombo dos Palmares os cativos eram mantidos como escravos e utilizados para o trabalho nas plantações. No entanto, não era abolir a escravatura que algumas destas revoltas tinham como objetivo. A revolta dos Malês não só visava a libertação dos escravos africanos como pretendia escravizar os brancos, os mulatos e os não muçulmanos.
A violência da resistência quilombola em Minas Gerais foi assim descrita por Luíz Gonzaga da Fonseca, no seu livro "História de Oliveira", na página 37, descreve o caos provocado no Caminho de Goiás, a Picada de Goiás, pelo quilombolas do Quilombo do Ambrósio, o principal quilombo de Minas Gerais:
"Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, minçangas, tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da estrada ("Caminho de Goiás" ou "Picada de Goiás"). Essas quadrilhas perigosas, sucursais dos quilombolas do rio das mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boidadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, mantando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. Em terras oliveirenses açoitava-se grande parte dessa nação de “caiambolas organizados” nas matas do Rio Grande e Rio das Mortes, de que já falamos. E do combate a essa praga é que vai surgir a colonização do território (de Oliveira e região). Entre os mais perigosos bandos do Campo Grande, figuravam o quilombo do negro Ambrósio e o negro Canalho."

Historia dos Escravos:


Conta-se que a proprietária da fazenda São Mathias, cuja sede encontra-se hoje no canto esquerdo dessa praia, era uma mulher bela e solitária, que havia acumulado fortuna como receptadora dos saques de piratas, que nela confiavam para vender os bens tomados aos navios que abordavam em alto mar, e acobertando comandantes de navios negreiros, que utilizavam a Ilha como ponto preferido de entrada de escravos ilegais no Brasil.
Na velhice, alvo da inveja dos moradores locais, que a apelidaram de feiticeira por viver solitária, numa época em que isso era algo inconcebível para uma mulher, ela decidou esconder parte de seus tesouros na selva. Partiu chefiando uma grande caravana de escravos, e se embrenhou nas matas por várias semanas, de onde voltou totalmente só. Teria enterrado os tesouros e matado os homens um a um, para que ninguém jamais soubesse onde as riquezas foram enterradas.
Depois do episódio, teria enlouquecido e desaparecido, deixando para trás o mistério de seu tesouro e o nome de sua praia.
escravos trabalhando num engenho Escravos de origem africana trabalhando num engenho de açúcar no Brasil Colonial

O trabalho dos escravos indígenas
Os índios foram usados no Brasil desde os primeiros anos da colonização até o século XVIII. Os colonos portugueses escravizaram os índios para que eles trabalhassem, principalmente, na extração de madeira. Os índios escravizados cortavam e transportavam a madeira até as embarcações.
Os índios eram muito explorados e recebiam duros castigos físicos quando se recusavam a trabalhar ou faziam algo errado. Muitos não aguentavam a situação e morriam.
O trabalho dos escravos africanos no Brasil
Os portugueses que colonizaram o Brasil foram buscar na África a mão-de-obra necessária para a cultura da cana-de-açúcar. Os escravos trabalhavam em todas as etapas da produção do açúcar, desde o plantio até a fabricação do açúcar nos engenhos. Trabalhavam de sol a sol e eram castigados com violência quando não cumpriam ordens, erravam no trabalho ou tentavam fugir. Tinham que executar todos os trabalhos solicitados por seu “dono”.
As mulheres escravas também trabalhavam muito, porém alguns tinham a “sorte” de realizarem serviços domésticos (limpeza, culinária, cuidar das crianças). Essas tinham uma atividade menos penosa.
Os filhos dos escravos trabalhavam desde muito cedo. Por volta dos oito anos já eram obrigados a executar trabalhos de adultos e praticamente perdiam sua infância.
A partir da metade do século XVIII, com a descoberta das minas de ouro, os escravos de origem africana passaram a trabalhar também na mineração. Faziam o trabalho mais pesado, ou seja, quebravam pedras, carregavam cascalho e atuavam na busca de pepitas de ouro nos rios.
Conclusão
O trabalho imposto aos escravos no Brasil até a abolição (1888) foi duro, massacrante e injusto (pois era obrigatório, sem direitos e sem remuneração). Recebiam apenas alimentação de baixa qualidade, roupas velhas e alojamento (senzala) subumano. Muitos escravos não resistiam e morriam de doenças ou em acidentes de trabalho, que eram comuns na época. Não possuíam não direito e eram vendidos e comprados como mercadorias. Contra estas condições de trabalho, muitos escravos fizeram revoltas ou fugiram, formando os quilombos, onde podiam trabalhar de acordo com os costumes africanos.